Ninguém trabalha exatamente só para si. Por trás de todo negócio há sempre relacionamentos e laços afetivos, criando assim um elo entre paternidade, negócios e empreendedorismo.
Nos tempos primitivos, a raça masculina saltou à frente para o trabalho a fim de impressionar e conquistar as fêmeas. Mesmo nos tempos modernos, em que as mulheres definitivamente conquistaram o livre acesso ao mercado de trabalho, não há uma total independência individual no quesito da conquista de posições: cada qual sempre trabalha para mais alguém além de si mesmo. Isto implica dizer que somos todos paternais e o objetivo principal do trabalho é cuidamos dessa paternidade.
Excluindo a ideia simplista de que pai é o progenitor, o criador biológico dos seres viventes entre nós, veremos que todo empresário é um exemplar de pai. Seus funcionários, fornecedores e clientes mantêm com ele uma intrínseca relação muito semelhante aos moldes familiares. Não à toa, os estudiosos da área administrativa dizem que uma empresa é uma filiação que deve ser tratada e zelada tal qual se faz com o nosso lar. E a Sociologia diz que o grande encontro dos negócios com o desenvolvimento da sociedade se dá com a visão de que somos todos mães, pais e filhos uns dos outros, cabendo cuidarmo-nos reciprocamente, para o bem de todos.
Estamos na semana que antecede o dia que celebra a paternidade. Tradicionalmente, é direcionado à figura do pai, familiar consanguíneo, masculino -- em proposta ao Dia das Mães. Mas, se pensarmos bem, poderemos aproveitar esse dia festivo para abrangermos nossa visão para um universo mais holístico.
O conceito moderno de negócios é o de que não basta produzir, vender e faturar. Ao lado do lucro, que invariavelmente implica em realização pessoal, há a porção da satisfação social, de produzir um bom produto e ser reconhecido por facilitar a vida das pessoas, de vender e convencer o cliente de que ambos fecharam um grande negócio e, além disso, assumir a porção de paternidade que cada qual tem na sociedade, tornando-a melhor para todos.
O empreendedor é como um noivo a consolidar sua família, até porque o casamento é por vezes visto como um negócio de risco. A paixão natural nos leva a querer arriscar e empreender e fazer acontecer a mais maravilhosa história particular de cada um. Isso é apaixonante e salutar. E os erros e tropeços? São aprendizados, ora! Nisto também está o prazer da vida: na luta por vencer nos negócios e levantar um lar consolidado, pois sabem eles que, na pluralidade dos papeis sociais, preciso é que alguns se levantem e ousem a cuidar de outros mais dependentes, que, por sua vez, são peças-chave para o mosaico da nossa sociedade.
Assim sendo, aproveitamos para homenagear a todos os pais e mães empresários e empreendedores que lutam e trabalham para manterem seus negócios e famílias.
Celebremos a paternidade e trabalhemos pelos nossos ideais.